Vindo para o país inicialmente como soldados e colonos, os alemães
venceram grandes dificuldades e marcaram de maneira muito significativa a história
do Brasil. Conheça a trajetória desses imigrantes para se firmarem
aqui e saiba como sua tradição está presente nos mais diversos
aspectos da vida brasileira.
Fonte: Museu da Imigração |
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Quadro de Ernst Zeuner sobre a chegada da primeira
leva de imigrantes alemães às margens do rio dos Sinos.
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São Leopoldo, no Vale dos Sinos, Rio Grande do Sul, foi o ponto de partida
de uma luta pela sobrevivência que mudou a história do Brasil e
que começou em 1824 com a fundação da primeira colônia
de imigrantes alemães no país. Na época, o Brasil havia
acabado de se tornar independente de Portugal. Então, por influência
de José Bonifácio, o então imperador Dom Pedro I decidiu
inaugurar, com esses imigrantes, um programa de imigração para
o Sul, movido por questões de segurança nacional, diante das sucessivas
disputas territoriais naquela então erma região fronteiriça.
Naquela época, a Alemanha estava dividida em uma porção
de reinados, principados e ducados, todos independentes, mas unidos precariamente
pelo idioma. Ela viria a ser unificada por Bismarck apenas em 1871.
Nos primeiros 50 anos de imigração, vieram para o Rio Grande do
Sul entre 20 e 28 mil alemães e quase todos se dedicaram à colonização
agrícola.
Essa colonização alterou a ocupação de espaços,
levando gente para áreas até então desprezadas. Introduziu
também outras grandes modificações. Até aquele momento,
a classe média brasileira era insignificante e se concentrava nas cidades.
Os colonos alemães acabaram formando uma classe de pequenos proprietários
e artesãos livres em uma sociedade dividida entre senhores e escravos.
Desde a fundação de São Leopoldo, aproximadamente 300
mil alemães vieram para o Brasil. Depois de colonizar o Rio Grande do
Sul, ainda no século 19, eles subiram para Santa Catarina, que atualmente
tem a maior população de descendência alemã —
mais de 20% do total —, e seguiram rumo ao Espírito Santo, marcando
presença no Paraná e, em menor escala, no Rio de Janeiro e em
São Paulo.
Pelo caminho, além de semearem uma cultura marcante, deixaram descendentes
e grandes lideranças em todas as áreas da vida nacional. Fazem
parte dessa galeria o ex-presidente Ernesto Geisel, empresários como
Norberto Odebrecht e os Gerdau, jogadores de futebol como o tetracampeão
Dunga e até estrelas como Xuxa Meneghel e Gisele Bündchen.