Confira como o métodolo casuístico de Harvard pode facilmente ser desenvolvido nas aulas de História:
Caracterização da técnica: método casuístico de Harvard
Atualmente tem-se dado ênfase ao estudo de casos, não só em empresas, mas também nas escolas. O chamado Caso é levado a reunião de debates, a fim de que as opiniões e as informações favoreçam o melhor entendimento. Diversas técnicas têm sido desenvolvidas, envolvendo principalmente as teorias do desenvolvimento do pensamento. O método casuístico, desenvolvido pela Harvard Business School, nos EUA, tem sido usado em diversas universidades, empresas e escolas.
Objetivos:
O objetivo desse trabalho de grupo não é a solução do caso, mas o desenvolvimento de uma proveitosa abordagem da questão.
Esta e outras técnicas podem ser consultadas no site História Digital, onde foram originalmente publicadas.
Método casuístico de Harverd nas aulas de História, como utilizar:
São oferecidas algumas sugestões aos coordenadores das reuniões de grupo. São as seguintes:
- Oferecer aos participantes, em cópias, um caso que é apresentado em forma de teste de dupla escolha (certo, errado). Nesses testes são apresentados os dados do problema.
- Dar dez a quinze minutos para que cada participante leia o caso e responda às questões.
- Enquanto os participantes estão completando o caso, escrever os números de 1 a 10 no quadro de giz, com as colunas “certo-errado”. Quando todos terminarem, reunir os participantes em grupos de dois ou de quatro a fim de que o assunto seja debatido.
- Partindo da primeira afirmação, perguntar a cada grupo (ou a um relator previamente designado) os motivos que levaram os participantes a responder “certo” ou “errado”. Os debates deverão concentrar-se, de preferência, nas questões em que haja grande diferença de opiniões. Nesta etapa o coordenador deverá conduzir a reunião a fim de evitar discussões dispersivas e cansativas, sem resultado.
- Depois da discussão (mas sem relação com respostas em que houve um consenso), pedir ao grupo que responda de novo as afirmações à luz dos debates, que devem corresponder aos ensinamentos doutrinários.
- Ler as respostas previamente consideradas corretas a fim de que os participantes verifiquem, em grupo, como conduziram o teste.
- Marcar a distribuição das respostas no quadro de giz.
- Na etapa das respostas às perguntas – por quê -, o coordenador poderá contrapor o raciocínio dos mais exatos ao daqueles menos exatos (ou completos), apresentar seus próprios argumentos ou comparar o caso com princípios doutrinários implicados na compreensão e na resolução de problemas.
- Organizar uma equipe que, ao final, fará a avaliação das respostas às discussões.
Precauções ao levar um caso ao debate:
- Os casos não devem ser muito longos ou complexos, o que pode levar os participantes a discordâncias, que por vezes podem ser de difícil solução.
- Deve haver, no exercício-caso, respostas certas e erradas. Quando não há respostas certas os participantes não acham fácil encontrar uma solução objetiva para suas divergências.
- Quando o caso tiver problemas de fatos, opiniões, sentimentos, suposições, atitudes, convêm discriminar os “incidentes críticos”, a fim de facilitar a solução.
- Poder-se-á, se for o caso, acrescentar ao estudo do caso o comentário de vários “experts” como guias para o debate do caso.
- Os grupos, se possível, poderão ser divididos de acordo com a atividade de cada elemento: grupo de supervisão, grupo de treinamento, etc.
- Insistir no fato de que, quando se examinam esses casos, os grupos devem concentrar-se no que acontece e por quê, nas relações interpessoais que o caso envolve, do que essencialmente está sendo tratado, em quem é o culpado. Não se trata de uma tarefa de detetive.
- Esta abordagem provavelmente levará mais à crítica negativa que não é fecunda quanto à compreensão positiva e à análise criativa do relacionamento humano.
- Convém certificar-se de que a análise do caso levará o grupo para a decisão e a ação. A análise deverá ser feita exaustivamente, levando em conta todos os elementos antes da decisão.
- As conclusões prematuras, baseadas apenas em experiências pessoais (em minha opinião, porque eu tive um caso, etc.) levam a distorções dos fatos.
- No tocante a decisão e ao consenso, convêm perceber que, do ponto de vista da pessoa que considera o caso, raramente haverá concordância com os outros, na etapa de discussão.
- Diversas soluções ou decisões alternativas vão surgir. Alguns elementos poderão ser convidados para debater seus pontos de vista, para tanto, ser-lhes-ão dados cinco minutos de defesa.
- Tratando-se de problemas humanos, onde são tantos fatores imprevistos e imprevisíveis, raramente podemos dizer que há uma solução perfeita sobre a qual todos concordem. Mediante o processo da própria análise e do treinamento do processo de avaliação, da interpretação das diversas suposições, gradativamente, chegaremos a soluções de consenso.